Durante todo o mês de outubro, os alunos puderam conhecer mais sobre as regiões do Brasil nos quesitos cultura e culinária e para encerrar o mês com chave de ouro, os alunos dos 5º anos A, B e C, foram convidados pelos professores a degustarem uma saborosa pamonha, alimento típico de Goiás, região do Centro-Oeste .
Em Goiás, não existe evento mais democrático e divertido do
que uma PAMONHADA.
Existe todo um
ritual para fazer pamonhas. Sempre alguém tem uma chácara, sítio ou fazenda, e
na época do milho verde, mês de chuva, convida-se muita gente para a fabricação
dessa iguaria goiana, que é apreciada pela grande maioria. Daí, ajunta um
montão de gente, família, amigos, vizinhos, e todos sem excessão participam
dessa empreitada. Cada um faz alguma tarefa : aos homens cabe a tarefa mais
pesada. Vão à roça de milho colher as espigas.O milho trazido da roça, é
despejado no chão, é hora de cortar a ponta e o pé da espiga com facão .E essa
tarefa também é destinada aos homens. O milho então está pronto para ser
retirado da palha. Daí as mulheres entram em ação. Vão descascando o milho, e
colocando as palhas melhores (para fazer o copinho) num jacá ou bacia grande.
Depois chega o momento de catar as espigas, que é retirar o cabelo do milho que
fica grudado na espiga. Essa tarefa pode ser desempenhada por todos. Crianças,
jovens, homens e mulheres. E todos ali reunidos nessa tarefa , vão contando
causos, fazendo piadas, uma algazarra que só. Depois do milho catado, alguém
mais experiente vai ralar as espigas num ralo. Hoje com a modernidade, já
inventaram uma máquina de ralar o milho, mas a pamonha saborosa, com gosto de
infância, é no ralo antigo. Chega então o momento de temperar a massa. As
mulheres da família que tem todo o conhecimento do assunto, assumem essa
tarefa. Daí começam os palpites. Uns gostam de pamonha de doce, outros só comem
de sal, e todas com queijo minas no recheio. Muitos gostam da pamonha
temperada, com muito alho e pimenta. E põe pimenta nisso! E aí separa-se a
massa para cada sabor. A massa é escaldada com gordura quente, fervendo mesmo.
Só depois vem o sal, ou açúcar. Temperada a massa, chega-se o momento de
amarrar as pamonhas. Também só os mais experientes participam dessa tarefa.
Faz-se uma espécie de copinho com um palha, despeja-se um pouco da massa dentro
e vem com a outra palha, e faz-se outro copinho de cabeça pra baixo, enrola
bem, e fecha com uma palha cortada ou com liguinhas. Nisso alguém já colocou-se
um tacho com água para ferver e vão colocando a pamonha amarrada para cozinhar.
Cada sabor é marcado por cor diferente da liguinha, ou com palhinha amarrada.
Quando a pamonha está cozida, geralmente 01 hora de cozimento, ela é retirada e
colocada à mesa para que todos possam saboreá-la. Eu já fiz as contas, e o
tempo gasto desde a hora que milho é despejado no chão vindo da roça até você
estar com ela no prato para comer leva-se 4 horas. E goiano, gosta de pamonha
acompanhada de um frango caipira ao molho..
E é isso, uma
pamonhada é uma reunião festiva, alegre, que reúne a família, amigos para
confraternizarem, onde todos participam, e ao fim são recompensados com um
sabor de goianidade, de infância, de amor. Quem é goiano, sabe
demais do que to falando, ou não?
Editado por Andréa de Souza Félix